História natural das plantas do Maranhão (Brasil) no século XIX segundo a obra do Frei Francisco de Nossa Senhora dos Prazeres
Resumo
O intercâmbio de plantas entre as colônias portuguesas ocorreu ao longo de todo um processo de expansão territorial desde o século XV. O objetivo geral deste artigo foi realizar pesquisa documental em “Poranduba maranhense: relação histórica da província do Maranhão”, a fim de resgatar a história natural das plantas do Maranhão no século XIX, de modo a atualizar as informações de acordo com o conhecimento botânico atual, e, mais especificamente, conhecer as espécies, as procedências e os seus respectivos usos. Foram extraídos 174 etnômios, dos quais 88,51% (n = 154) foram identificados pelo menos em nível de família e 11,49% (n = 20) não tiveram suas identidades botânicas esclarecidas. Destes, 81% (n = 141) são constituídos por espécies nativas e 19% (n = 33), por exóticas. A alimentação humana obteve a maior citação de uso, 31% (n = 58). Os usos madeireiros e medicinais figuraram na sequência, com respectivos 22% (n = 41) e 15% (n = 28). No códice de plantas, constam tanto espécies voltadas para o comércio, como cana-de-açúcar, algodão, tabaco e café, quanto espécies ligadas aos hábitos alimentares do colonizador português, além de grande número de espécies nativas. De maneira geral, a representação de plantas retrata o padrão de colonização.
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