Etnobotânica de plantas medicinais na comunidade quilombola de Porto Alegre, Cametá, Pará, Brasil
Resumo
A região amazônica apresenta a maior reserva de produtos naturais com propriedades curativas do planeta. Este artigo tem por objetivo fazer um levantamento etnobotânico de plantas medicinais utilizadas pela comunidade quilombola de Porto Alegre, município de Cametá, Pará. O levantamento foi realizado entre fevereiro e maio de 2019, por meio de observação participante e entrevistas com 20 moradores. Para identificação botânica, as plantas foram coletadas e identificadas por meio de bibliografia especializada. Foram listadas 83 etnoespécies, sendo que 74 foram identificadas e pertencem a 39 famílias botânicas. As famílias mais comuns foram Lamiaceae (11 espécies), Fabaceae (7 espécies) e Rutaceae (5 espécies). As espécies mais citadas foram Kalanchoe pinnata, Dalbergia sp., Portulaca pilosa e Stryphnodendron adstringens. O chá é a forma mais comum de preparo, com destaque para o uso das folhas de 57 espécies. As doenças associadas ao aparelho digestivo e respiratório são as mais combatidas com o uso de plantas medicinais na comunidade. Estes resultados apontam que o uso de plantas medicinais possui grande valor sociocultural para a comunidade, sendo as mulheres e os idosos os principais detentores desses valiosos saberes.
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