Incêndios contra a sobrevivência de Xenarthra: tamanduás, tatus e preguiças
Resumo
Durante 2019 e 2020, incêndios em áreas selvagens na Amazônia e no Pantanal foram notícia pelo mundo afora, acompanhados por imagens chocantes de paisagens e animais queimados. Fogos em florestas úmidas tropicais e planícies alagáveis raramente se relacionam a causas naturais. Ao invés, estes são eventos antrópicos, frequentemente causados por ações ilegais, associadas com desmatamento e conversão de uso da terra para sustentar atividades de agricultura e pecuária intensivas, entre outras. A devastação de vegetação nativa não só causa perda, fragmentação e degradação de habitat, mas também aumenta o risco
de ocorrência de fogos naturais, gerando um ciclo vicioso. Entre os animais mais ameaçados pelo fogo, estão os xenartros. Aqui, atentamos para este grupo de mamíferos, que possui inúmeras adaptações biológicas as quais o tornam particularmente vulnerável. Nós apresentamos preguiças, tatus e tamanduás como valiosos componentes da biodiversidade, sendo relíquias de uma vasta diversidade de endemismos sul-americanos e compreendendo várias espécies ameaçadas, únicas e pouco conhecidas. Por fim, concluímos que os incêndios de 2019/2020 na floresta amazônica e no Pantanal, adicionados a uma multitude de outros impactos, estão ameaçando severamente a diversidade regional destes mamíferos emblemáticos.
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