Dinâmica da fertilidade do solo na agricultura itinerante de comunidades quilombolas na Mata Atlântica, Brasil
Resumo
Os sistemas de agricultura itinerante (SAI) estão restritos, atualmente, às áreas tropicais. O modelo clássico de fluxo de nutrientes do SAI considera o aumento da fertilidade do solo durante a fase de conversão. Esse estudo avaliou os impactos das fases de conversão e de cultivo sobre os solos manejados por comunidades quilombolas que praticam a agricultura itinerante na Mata Atlântica, Brasil. Utilizamos o método diacrônico em seis áreas experimentais, divididas em duas classes de pousio (10-15 e 25-30 anos). Os resultados mostraram que o fogo não tem papel primário na ciclagem e na manutenção dos nutrientes do complexo solo/vegetação. Além disso, o status da fertilidade do solo não foi alterado significativamente durante as fases de conversão e de cultivo. Concluímos que o SAI quilombola mostra especificidades e que a fertilização do solo não ocorre necessariamente durante as fases de conversão e de cultivo. Os solos das áreas de pousio entre dez e 30 anos apresentam condições eutróficas com relação aos solos da floresta madura, sendo viáveis do ponto de vista agronômico. Portanto, os dados sobre os impactos do SAI quilombola sobre os solos estão de acordo com o previsto por lei.
Copyright (c) 2018 Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi - Ciências Naturais
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