Filtros ambientais e interações bióticas conduzem a riqueza e composição de espécies em florestas de ecótono do norte da Amazônia brasileira
Resumo
Estrutura de comunidades de árvores em florestas tropicais depende de filtros ambientais e interações abióticas, como competição e facilitação. Muitas florestas de ecótono no norte da Amazônia são intrigantemente povoadas por assembleias de árvores, caracterizadas por abundâncias distintas de uma única espécie, Peltogyne gracilipes (Leguminosae). Não está claro se este padrão isoladamente reflete filtros ambientais ou também interações antagônicas entre espécies com requisitos de habitats semelhantes. O objetivo deste estudo foi determinar a resposta da riqueza e composição de espécies aos filtros ambientais, analisando o papel de P. gracilipes na estruturação de comunidades arbóreas em áreas de floresta de ecótono do norte da Amazônia brasileira. Amostramos 129 parcelas permanentes ao longo de um gradiente hidro-edáfico. Todos os indivíduos arbóreos com diâmetro do caule ≥ 10 cm foram medidos e identificados. Regressões múltiplas foram realizadas para testar os efeitos dos filtros ambientais, e da abundância de P. gracilipes na riqueza e composição das árvores. Riqueza e composição de espécies responderam aos mesmos filtros, os quais, por sua vez, afetaram a composição das espécies direta e indiretamente, por meio da abundância de P. gracilipes. Nossos resultados indicam que tanto os filtros abióticos quanto as interações bióticas moldam as comunidades arbóreas estudadas. P. gracilipes pode ser considerada uma espécie indicadora de condições hidroedáficas, mas também é ela própria uma impulsionadora da estrutura da comunidade arbórea.
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