Considerações paleobiogeográficas baseadas em braquiópodes devonianos (Delthyridoidea, Strophodontoidea e Chonetoidea) das bacias do Amazonas e Parnaíba
Resumo
Revisões sistemáticas de braquiópodes devonianos das bacias do Amazonas e Parnaíba reforçaram a constatação prévia da coexistência de formas dos domínios das Américas Orientais, Malvinocáfrico e do Velho Mundo, além de formas endêmicas nelas. Uma causa provável dessa composição mista é a posição paleogeográfica das bacias brasileiras e, sobretudo, a idade eifeliana-givetiana das macrofaunas, coincidente com as idades estimadas para o desaparecimento dos domínios Malvinocáfrico e das Américas Orientais. Estrofodontoides eram abundantes no Eodevoniano-Mesodevoniano dos domínios das Américas Orientais e do Velho Mundo, enquanto no Brasil as poucas formas identificadas restringem-se à Formação Maecuru. A ausência destas formas nas outras formações aqui tratadas, aliada à presença de gêneros malvinocáfricos nelas, amplia a provável influência das faunas ‘malvinocáfricas’ a partir do Eifeliano nas bacias do Norte e Nordeste do Brasil. Nos Chonetoidea, foi verificado um padrão similar entre as formas e a dinâmica da mistura de faunas das formações Maecuru/Pimenteira e Ererê/Membro Passagem com aquelas da região sul-saariana, no noroeste da África. Interessante também é a relação dessas paleofaunas brasileiras com as da Armórica (Europa norte-gondwânica) no Devoniano. Alguns táxons de braquiópodes e outros grupos, como os crinoides, sugerem uma troca faunística entre essas regiões durante o Devoniano.
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