Tricomas fósseis como nova categoria de palinomorfos lato sensu: sua classificação preliminar e aplicabilidade na Bioestratigrafia
Resumo
Estruturas vegetais reconhecidas como tricomas (apêndices unicelulares ou pluricelulares encontrados na epiderme dos vegetais) vêm sendo registradas em estratos cretáceos submetidos a análises palinológicas. O objetivo deste trabalho é sistematizar o registro de tricomas fósseis, classificando-os sob um esquema taxonômico artificial aplicável na bioestratigrafia. O material analisado provém, em sua maior parte, de poços petrolíferos que perfuraram o Cretáceo das bacias de Campos e Santos (plataforma continental do Sudeste do Brasil). Com base em caracteres selecionados (número de ramificações, diâmetro relativo, número de células, tipo da base, ângulo entre as ramificações, forma do centro e pedicelo), foram identificados 12 morfotipos básicos: (1) simples; (2) em forma de T; (3) em forma de Y; (4) tipo duplo; (5) triplo; (6) fasciculado; (7) fasciculado tufoso; (8) multirradiado; (9) multirradiado tufoso; (10) estrelado tridimensional; (11) estrelado tridimensional tufoso; e (12) estrelado planar. Para cada um destes morfotipos, podem ser estabelecidos subtipos baseados em características secundárias (morfologia das extremidades das ramificações, curvatura, sinuosidade etc.), de modo que podem ser identificados 63 morfotáxons. Em função dessa grande variabilidade morfológica, tricomas acenam com potencial aplicabilidade na bioestratigrafia. Isto se torna especialmente importante, considerando que eles são frequentes dentro do Santoniano (Cretáceo Superior) das bacias de Santos e Campos, onde, em consequência de paleoincêndios provocados pelo vulcanismo, observa-se uma escassez de palinomorfos convencionais (esporos e grãos de pólen).
Copyright (c) 2021 Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi - Ciências Naturais
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