Macrofauna bentônica de zonas entre-marés não vegetadas do estuário do rio Caeté, Bragança, Pará

  • José Souto Rosa Filho Universidade Federal do Pará
  • Debora Vieira Busma Universidade Federal do Pará
  • Andréa Pontes Viana Universidade Federal do Pará
  • Aderson Manoel Gregório Universidade Federal do Pará
  • Diogo Marques Oliveira Universidade Federal do Pará
Palavras-chave: Amazônia, Zoobentos, Comunidade de fundos moles, Manguezal

Resumo

A estrutura das comunidades macrobentônicas de zonas entre-marés não vegetadas do estuário do rio Caeté, Pará, Brasil foi estudada no período menos chuvoso de 2003. Foram tomadas amostras (n=4) em quatro estações utilizando um corer (0,008 m2, 20 cm de altura). As amostras foram passadas em malha de 0,3 mm e os organismos fixados com formalina salina a 5%. Em cada estação foi coletada uma amostra de sedimento e determinadas a salinidade e temperatura da água. Foram registrados 844 espécimes pertencentes a 17 táxons dos filos Nemertinea, Arthropoda e Annelida. Polychaeta dominou as associações (11 táxons e 87,25% do total de indivíduos). Os táxons mais abundantes foram Mediomastus californienses, Nephtys fluviatilis e oligoquetas Tubificidae. Os valores de abundância e riqueza passaram de 2625 ind.m-2 em P1 para 96625 ind.m-2 em P4 e, respectivamente de 3 para 16 táxons. A análise de agrupamento revelou a formação de três grupos (50% de similaridade). O grupo 1, formado pelas estações P3 e P4, teve alta salinidade (22,6 a 26,5), substrato constituído por areia muito fina, foi o grupo mais rico (13 táxons), diverso (χH´ = 1,18) e abundante (χ= 12220 ind.m-2), sendo dominado por Sigambra grubii. O grupo 2 reuniu as amostras da estação P1, com salinidade de 5,1, substrato silte-arenoso, e registros dos valores mais baixos de riqueza (3 táxons), diversidade (χH´ = 0,67) e abundância (χ= 665 ind.m-2), cuja espécie mais abundante foi Namalicastys abiuma. O grupo 3, formado pelas amostras da estação P2, teve substrato silte-arenoso e salinidade 3,6. N. abiuma foi a espécie mais abundante nesse grupo, que teve valores intermediários de riqueza (5 táxons), abundância (χ= 2010 ind.m-2) e diversidade (χH´ = 0,71). É possível concluir que, no médio litoral não vegetado do rio Caeté, o número de espécies é baixo, Annelida é o grupo dominante, a composição específica reflete o gradiente de salinidade e a riqueza, diversidade e abundância aumentam na medida em que se passa do estuário superior para o inferior.

Publicado
2006-12-18
Como Citar
Rosa Filho, J., Busma, D., Viana, A., Gregório, A., & Oliveira, D. (2006). Macrofauna bentônica de zonas entre-marés não vegetadas do estuário do rio Caeté, Bragança, Pará. Boletim Do Museu Paraense Emílio Goeldi - Ciências Naturais, 1(3), 85-96. https://doi.org/10.46357/bcnaturais.v1i3.733