Comportamento de simulação de morte no lagarto Lygodactylus klugei, da família Gekkonidae (Reptilia: Squamata), no Nordeste do Brasil
Resumo
A seleção natural favorece estratégias primárias de defesa que diminuem a chance de a presa ser avistada e descoberta por um potencial predador, tais como camuflagem, aposematismo e estratégias de defesa secundárias, que incluem perda da cauda, fuga, imobilidade e tanatose. O comportamento de tanatose (fingir-se de morto) ou imobilidade tônica (paralisação corporal) é uma estratégia adotada pela presa na qual o animal simula imobilidade para evitar ser ingerido. Esta simulação é eficaz contra predadores visualmente orientados ou que não se alimentam de presas mortas. Lygodactylus klugei possui ampla distribuição no Nordeste do Brasil, ocupando áreas de Caatinga e Cerrado, tendo hábito diurno. Em 25 de agosto e 02 de setembro de 2021, três indivíduos de L. klugei foram observados em comportamento de tanatose, no município de Curaçá, Bahia, Brasil. Tal comportamento é relatado pela primeira vez para a espécie, sugerindo que pode ser utilizado em caso de impossibilidade de fuga frente a predadores visualmente orientados. Entretanto, sugerimos que observações futuras possam gerar novas hipóteses acerca dos benefícios deste comportamento na espécie. Nossa observação acrescenta dados importantes ao repertório comportamental de lagartos da família Gekkonidae, fornecendo informações sobre a história natural para tentar entender os mecanismos de defesa adotados pelos lagartos em geral
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