Etnoecologia comportamental da baleia-franca-austral Eubalaena australis (Desmoulins, 1822) por meio do conhecimento ecológico local de pescadores artesanais na Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca, Sul do Brasil
Resumo
O objetivo deste estudo foi caracterizar o conhecimento ecológico local dos pescadores artesanais do município de Garopaba, Santa Catarina, Sul do Brasil, em relação ao comportamento da baleia-franca-austral, Eubalaena australis, na Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca. Em outubro de 2010, foram realizadas 33 entrevistas etnográficas com pescadores em que 81,8% (n = 27) dos entrevistados identificam a espécie por meio da sua área de ocorrência, coloração e tamanho corporal. As análises das entrevistas foram baseadas nestes 27 pescadores selecionados, com a descrição de mais de uma etnocategoria por entrevistado. Os pescadores indicaram dez etnocategorias comportamentais comuns a adultos e infantes, e a categoria ‘não faz nada’ frente a embarcações (n = 13; 26,0%) foi a mais frequente. Para comportamentos específicos de adultos, foram descritas 25 etnocategorias e a mais frequente foi ‘brincar’ (n = 13; 18,1%). Quatro etnocategorias foram descritas para infantes (n = 18) e estão relacionadas à alimentação/amamentação (n = 15; 83,3%) e à vocalização/eventos de interação com a fêmea adulta (n = 3; 16,7%). A partir das experiências empíricas proporcionadas pela prática pesqueira artesanal, os entrevistados foram capazes de reconhecer a espécie, distinguir indivíduos adultos e infantes e descrever suas principais características comportamentais.
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