Geoambientes, solos e estoques de carbono na Serra Sul de Carajás, Pará, Brasil

  • Carlos Ernesto G. R. Schaefer Amplo Treinamento e Consultoria
  • Elias de Lima Neto Amplo Treinamento e Consultoria
  • Guilherme Resende Corrêa Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
  • Felipe Nogueira Bello Simas Amplo Treinamento e Consultoria
  • Jackson Ferreira Campos Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
  • Bruno A. Furtado de Mendonça Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
  • Jaquelina Alves Nunes Universidade do Estado de Minas Gerais
Palavras-chave: Carajás, Serra Sul, Canga laterítica, Plintossolos, Amazônia, Estoques de carbono nos solos

Resumo

A descoberta de jazidas minerais na Serra dos Carajás, a partir da década de 1960, despertou grande interesse pela região, resultando em pesquisas voltadas à exploração econômica desses recursos. Entretanto, pouco se conhece acerca dos geoambientes locais em escala adequada, dificultando medidas para sua conservação. O objetivo deste trabalho foi caracterizar os principais solos e geoambientes associados na Serra Sul quanto aos aspectos morfológicos, físicos e químicos, visando aprofundar o conhecimento pedológico e dar suporte às atividades de recuperação e restauração de áreas degradadas pela mineração, bem como ao Plano de Manejo da Floresta Nacional de Carajás. Foram definidos quatro geoambientes principais: encostas com campo rupestre sobre canga ferrífera; encostas e grotas florestadas; depressões e patamares campestres mal drenados e lagos doliniformes. Os solos associados aos geoambientes foram: solos rasos com camada de canga contínua (horizonte litoplíntico); solos com caráter concrecionário e solos orgânicos ou húmicos. A interseção entre os solos e os geoambientes evidenciou um forte controle pedológico sobre as diferentes fitofisionomias nas áreas de canga da Serra Sul, sendo a profundidade do solo diretamente correlacionada ao porte da vegetação. A matéria orgânica dos solos é crucial na geração de cargas elétricas por capacidade de troca catiônica (CTC) e ciclagem de nutrientes. Valores muito elevados de carbono orgânico (faixa 54-124 kg m-2) foram detectados em buritizais e campos brejosos, revelando um destacado serviço ambiental nos platôs de Carajás. Recomenda-se que nas atividades de mineração o topsoil seja devidamente separado, para ser reutilizado na recuperação das áreas degradadas ou na recomposição dos solos. O continuum geoambiental observado na escala de estudo mostra que medidas de proteção a pontos ou zonas isoladas de um contexto ecológico que forma gradientes (ambientes de depressões ou cavidades) podem não significar uma proteção efetiva.

Publicado
2017-04-18
Como Citar
Schaefer, C. E., de Lima Neto, E., Corrêa, G., Simas, F., Campos, J., Mendonça, B., & Nunes, J. (2017). Geoambientes, solos e estoques de carbono na Serra Sul de Carajás, Pará, Brasil. Boletim Do Museu Paraense Emílio Goeldi - Ciências Naturais, 11(1), 85-101. https://doi.org/10.46357/bcnaturais.v11i1.462

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