Squamata (Reptilia) de quatro localidades da Amazônia meridional, com uma análise biogeográfica dos lagartos amazônicos

Resumo

Estuda-se a fauna de répteis Squamata de quatro localidades da Amazônia meridional brasileira, comparando-as entre si e, com relação aos lagartos, com outras nove áreas bem amostradas de toda a Amazônia. O Coeficiente de Similaridade Biogeográfico para cada par de localidades é calculado e analisada sua correlação com a distância entre as localidades.
Uma Análise Parcimoniosa de Endemismos (PAE) é realizada, comparando todas as áreas. Um total de 114 espécies foi registrado nas quatro localidades de estudo, representando 45 espécies de lagartos, três de anfisbenas e 66 de ofídios. As duas localidades entre os rios Xingu e Madeira foram as mais pobres em número de espécies; as localidades mais a oeste, entre o Madeira e o Purus, as mais ricas. As análises biogeográficas corroboram a existência de uma separação bem definida entre uma fauna de lagartos ocidental e uma oriental. A fauna ocidental contém dois grupos, os quais ocupam, respectivamente, as áreas de endemismo conhecidas como Napo (a oeste) e Inambari (a sudoeste). A relação entre as localidades estudadas da Amazônia ocidental variou, exceto pelas duas áreas mais ao norte, Iquitos e Santa Cecilia, que se agruparam nos cinco cladogramas de área obtidos. Na parte oriental, a relação entre as áreas se mostrou constante, com as duas localidades mais a leste, ao sul do rio Amazonas, agrupando-se com as localidades da região das Guianas, e, após, às localidades mais a oeste, ao sul do Amazonas